Como estruturar uma agenda de inovação nas empresas e conseguir apresentar resultados? Este é um questionamento frequente em empresas de todos os portes e mesmo antes do início da pandemia.
Isso é o que aponta um novo estudo da escola de negócios Fundação Dom Cabral, baseado em estudos de casos de empresas brasileiras e experiência acadêmica nos cursos executivos e de pós-graduação da instituição de ensino superior.
O relatório também destaca a importância de mapear os principais obstáculos para a organização inovar, compartilhar os aprendizados obtidos com os “fracassos” cometidos e ter um ambiente propício em busca de novas ideias e incubação de soluções.
O estudo da FDC aborda a importância de dar voz para os times internos das empresas, para que possam ser estimuladas e geradas ideias por quem está em contato diária com a base dos clientes. Assim, a liderança é apontada como o principal agente neste passo para retirar a sensação de medo daqueles que desejam contribuir como opiniões sobre novos produtos e serviços que a companhia possa desenvolver.
E esta atitude se desdobra no intraempreendedorismo nas organizações , que necessita de processo e ferramentas estabelecidas para o compartilhamento de ideias e testes de possíveis novas soluções.
O monitoramento constante do mercado e as tendências para a sua evolução também aparecem como um outro passo para a execução da inovação.
A jornada e foco no cliente aparecem como pontos-chave neste tema. O estudo destaca o contato com especialistas de mercado e a criação de comitês estratégicos multidisciplinares como formas de abordar novos projetos. Além disso, é apontada a atenção para novas rotas tecnológicas, que criem cenários possíveis para a organização pensar mais do que apenas no negócio atual.
Neste ponto o relatório aborda o papel dos líderes em inspirar as suas equipes para o desenvolvimento de novos projetos, com o conhecimento das habilidades necessárias para que a inovação não fique apenas no post-it.
O quarto passo aponta para a gestão de equipes, orçamento, metas e resultados esperados nos projetos de execução da inovação em uma empresa. E assim se consiga demonstrar ganhos financeiros como já é costumeiro em outras áreas de uma organização.
Também aparece a necessidade do acompanhamento do ecossistema de inovação nacional e internacional.
O intraempreendedorismo é novamente citado nesta categoria como forma de ideação e execução de novos modelos de negócio para a empresa, com foco no desprendimento das atuais ações da companhia no mercado e um olhar para novas receitas. E para que isso aconteça a recomendação do estudo é para a aproximação de novas empresas, como as startups, e de pesquisas em estágio avançado.
A antecipação de necessários futuros também é mencionada pela FDC no seu relatório.
Além da conexão com startups, a inovação aberta também é uma estratégia que pode ser utilizada na conexão com universidades e até mesmo outras empresas tradicionais, com o intuito de criar novos negócios.
E a instituição alerta para a reflexão que uma empresa deve realizar para compreender o por quê e para que se quer realizar uma parceria com foco na inovação. Também é destacado o nível de incerteza que tanto a inovação quanto as startups possuem pela sua essência de desbravarem novos cenários.
A agilidade na tomada de decisão é colocada como crítica neste passo para a execução da inovação, segundo o estudo da FDC. Como orientação aparece o modelo “zoom in e zoom out”, no qual há a definição de projetos e recursos de curto prazo com o uso de roadmaps para a escolha dos novos caminhos possíveis.
Uma estratégia mencionada parte do princípio da análise do esforço necessário para novos projetos versus os possíveis ganhos que cada um poderá trazer. Assim, o foco principal estaria naquele de menor esforço para obter o maior ganho possível.
O relatório aborda que é necessário dedicar uma área específica para a gerência de equipes, projetos, conhecimento e busca por soluções de negócio. E para compreender o nível de maturidade da inovação da companhia, é sugerido um diagnóstico nos seguintes temas: competências de gestão relacionadas a temas como a estratégia de inovação, gerenciamento do portfólio de projetos, processos de ideação, quanto a senioridade da liderança, processos decisórios, colaboração entre áreas, recur- sos disponíveis e incentivos para novas ideias.
Caso resultado seja baixo, exista a indicação para a centralização da inovação; em caso do nível intermediário, passa a adoção de comitês; e no modo avançado, uma descentralização da inovação por toda a empresa.
Neste passo o relatório destaca a necessidade da participação da área jurídica para eventuais parcerias em prol da inovação na empresa, bem como para uma tese de investimentos. E isso acontece a partir do momento em que a empresa começa a realizar uma mudança da sua cultura interna.
No quesito dos investimentos, a FDC comenta sobre a importância do alinhamento e clareza neste tema para a contratação de serviços, ou a realização de fusões e aquisições. E isso levaria a empresa a atuar em novos mercados que ainda não eram abordados.
Se vão acontecer investimentos para a inovação em uma companhia esta deve se atentar em como medir os seus resultados, como aponta o estudo.
Como parte do portfólio de investimento aparecem receita líquida para projetos inovadores, propostas de futuro e novas tecnologias e qualificação das equipes. Já no ponto sobre retornos são destacados reduções de custos dos projetos operacionais, novas receitas em produtos e serviços, novos clientes e impacto social.
Fonte: Whow Inovação