Maturidade das startups. Você sabe dizer em qual estágio de desenvolvimento a sua organização está? E o da sua solução? Consegue identificar o que isso tem a ver com os programas de inovação aberta?
É muito comum apontar os negócios gigantes do setor. Porém, quando o assunto são as etapas de maturação no ciclo de vida das startups é mais complicado encontrar uma unanimidade. Mais ainda, é saber como proceder em cada fase.
A verdade é que depois do impulso inicial da criação de uma startup muitos empreendedores encontram dificuldades para prosperar. E isso acontece por vários motivos.
No entanto, compreender o estágio pelo qual o negócio está passando pode ser crucial para conseguir realizar a tal curva de crescimento da startup. Inclusive, é preciso ter boas referências sobre o assunto para enfrentar os principais problemas que surgem no meio do caminho.
Neste artigo, vamos te contar mais sobre isso e trazer um modelo intuitivo de distinção das etapas de maturidade das startups.
Você também irá entender como o grau de maturação das organizações interfere nos programas de inovação aberta. Assim, terá acesso a exemplos das combinações mais comuns dos desafios com o estágio da startup que pretende solucioná-los. Venha saber!
De forma objetiva, o ciclo de vida de uma startup é o percurso percorrido por esses negócios da descoberta até a escala. Normalmente, ele concentra estágios em que as organizações começam focadas em compreender se estão oferecendo uma solução para um problema existente no mercado.
Nessa etapa inicial também é comum tentar entender se o que está sendo criado irá despertar algum interesse. A preocupação seguinte busca obter a primeira validação. Assim, é verificado se existe disponibilidade de pagamento pelo que está sendo apresentado.
O estágio depois disso vai atrás de um refinamento e/ou a eficiência do modelo de negócio. Ele também se concentra na aquisição de clientes e em tornar o empreendimento sustentável.
Finalmente, é chegado o momento do impulsionamento e crescimento. Na chamada escala é comum que exista um investimento série A e a conquista de clientes. Os próximos passos, então, seriam a realização das primeiras contratações e a implementação de processos e departamentos.
Visto que o ciclo de vida das startups envolve vários estágios, em suma, a ideia de maturidade das startups é entendida como o processo de desenvolvimento dessas empresas. Isso quer dizer que basicamente o conceito está ligado à estruturação desse tipo de organização.
Mas, é claro que esses quatro estágios não são os únicos possíveis para definir o grau de maturação das startups.
Inclusive, de acordo com autores como *Marmer et al. (2011), há pelo menos mais duas etapas que podemos incluir após o período de escala. São elas, a maximização de lucro, visando o aumento de receita, e a renovação, em busca de desenvolver novas soluções.
Além disso, sabemos que no contexto de extrema incerteza das startups, e da promoção de negócios não-estáticos, muitos riscos e oportunidades surgem em cada fase. Isso contribui para ser complexo determinar quais são e como se dão cada um dos estágios de desenvolvimento desses modelos de empresas.
De todo modo, é quase unânime a afirmação que diz sobre a importância de compreender cada período. Pois, eles representariam a melhor oportunidade para perceber quais são os fatores que impulsionam o sucesso das startups.
Confira uma proposta de organização:
A etapa de formação tem como principal objetivo o ajuste do problema/solução. Suas fases são a ideação e a concepção.
Na etapa de validação a meta é afinar o produto/mercado durante as fases de comprometimento e validação.
Já com a etapa de crescimento o ideal é conseguir alcançar o modelo de negócios/mercado durante as fases de escala e consolidação.
Veja mais:
Os programas de inovação aberta possuem várias formas de entrada. Eles também apresentam desafios com características muito distintas. Assim, é comum que alguns editais especifiquem qual o grau de maturidade da startup ou da solução que estão procurando.
Diante disso, ao apresentar uma proposta é muito importante identificar por qual momento a sua organização está passando. Além disso, é interessante compreender se a solução, considerando o conhecimento e a tecnologia a serem aplicados, possui o estágio de maturidade exigido pela empresa proponente do desafio.
Caso não seja possível realizar a aplicação em um edital devido a maturidade da startup, o recomendado é buscar entender quais os problemas estão impedindo a sua empresa de se desenvolver.
Segundo Steve Blank, empreendedor serial e educador referência na compreensão de como as startups são construídas, a maioria dessas organizações acabam na transição do primeiro estágio (busca) para o segundo (construção).
O estudo elaborado pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, em 2015, sobre as "Causas da Mortalidade de Startups Brasileiras", também não é animador. Ele indicou que pelo menos 25% das startups deixam de existir no primeiro ano e 50% delas já estão mortas até o quarto ano de vida.
Um ponto interessante levantado por Blank sobre esse assunto é o de que, por mais caótico que seja, o início de busca das startups é cercado de conselhos e recursos.
Já na etapa de construção, em que a implementação da cultura, treinamento, administração de produtos, processos e procedimentos precisam ser realizados, os gestores se veem sozinhos.
Decisões difíceis e mudanças radicais fazem parte da linha de desenvolvimento de uma startup. E um dos pontos mais sensíveis é saber quando se está pronto para sair de um estágio em busca do próximo.
Por esse motivo, Steve Blank indica alguns marcadores para realizar as transições:
Além disso, Blank dá dicas para atravessar todos esses momentos. Uma delas é a de fazer novos amigos depois da fase de busca. A outra, é a de consumir o maior número de literatura disponível sobre os estágios de maturidade das startups.
Para exemplificar algumas combinações ou exigências de estágios de maturidade em programas de inovação aberta, os editais do M-Start, desenvolvido pelo Mining Hub, normalmente optam por empresas que estejam na etapa de validação.
Do mesmo desenvolvedor, o M-Growth prefere que as startups inscritas no programa já estejam passando pela etapa de crescimento (fase de escala). Já os hackathons organizados pela Neo Ventures costumam aceitar startups no estágio de formação (fase de ideação ou anterior).
Ou seja, a maturidade da organização, bem como a de sua solução, pode ser um pré-requisito de participação dos programas de inovação aberta.
A principal vantagem que as empresas mantenedoras buscam com isso é se associar a startups que estejam alinhadas com os diferenciais de solução dos desafios.
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FONTES:
*MARMER, M. et al. Startup Genome Report: A new framework for understanding why startups succeed. Berkeley University and Stanford University, Tech. Rep, 2011.
*Vinicius Bortolussi Roman. Estruturação do sistema de desenvolvimento de startups em uma aceleradora por intermédio de gestão de portfólio, 2017.